Para a cidade-sede do campeonato do Mundo de Futebol a realizar no Brasil em 2014, Cuiabá, capital do Mato Grosso, está prevista a construção do Cuiabá Arena, ou, conforme lhe preferem chamar carinhosamente os brasileiros, o Verdão. Esta denominação está relacionada com a sua localização, no bairro do Verdão, mas também alude aos três grandes ecossistemas que rodeiam a cidade - Amazonas, Pantanal e Cerrado. Mas também remete para a intenção dos seus autores, o colectivo de arquitectos liderado por Sérgio Coelho, Adriana Oliveira e Maurício Reverendo, que coordenam o atelier GCP arquitectos, de ser um estádio emblemático do ponto de vista do consumo energético. Pretende ser um estádio "verde" e almejar a mais alta distinção nesta área, a certificação LEED.
Com uma área bruta de construção de cerca de 300 mil metros quadrados organizados em cinco pisos, o Verdão será um equipamento multiusos que procura responder não apenas aos rigorosos requisitos da FIFA para estádio - sede do campeonato do Mundo de Futebol - mas também servir como pólo de desenvolvimento da região. Para além do estádio, terá valências ao nível da cultura, educação e lazer, como centro de convenções, palco para shows e feiras, cinemas, restaurantes, hotéis, estacionamentos, lagos, bosque, pista para caminhada, e todo o equipamento foi pen- sado para a sua utilização durante e após o Campeonato do Mundo. Assim, durante o evento, apresenta-se com capacidade para 42 263 espectadores, findo o qual poderá ser desmontado, e lotação reduzida para 27 000 espectadores. O edifício é flexível e parcialmente desmontável, recorrendo a uma estrutura de betão armado na parte permanente e outra metálica modular na parte móvel, que permite que algumas arquibancadas e respectivas coberturas sejam desmontadas e colocadas noutros locais.
As fachadas exteriores serão em pórticos verticais metálicos ancorados aos pilares pré-moldados, revestidos em membrana impermeável de PVC. Para proteger da forte radiação solar do sul e permitir ventilação cruzada ao imóvel, serão utilizadas sombreadores tipo "brises soliel" em madeira, que os arquitectos fazem questão que seja certificada, i.e., madeira que resulta de um plano de florestação e não do abate indiscriminado de árvores.
A nova Arena terá sistema de reutilização de água, tanto de chuva como de esgoto cinza, devidamente tratadas via ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). A água reciclada será utilizada para descarga de bacias sanitárias, abastecimento do sistema de ar-condicionado (à base de tubagens de água ) e irrigação do relvado do campo de futebol , este último com um consumo diário de aproximadamente 40 m3. Ainda, todas as instalações hidráulicas, eléctricas e de ar condicionado da nova Arena atenderão os mais rigorosos preceitos ambientais e de eficiência energética e este conjunto de soluções irá possibilitar almejar o LEED. Verde, simples e funcional. Assim é o Verdão.
Por: Claudia Melo
Em: dn.sapo.pt
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