domingo, 23 de agosto de 2009

Três torres em Milão - Daniel Liebskind

Três torres em Milão

A preparação da Expo 2015, que se realizará em Milão, está em marcha. Daniel Liebs- kind tem a seu car- go o plano urbanístico, com Zaha Hadid, Arata Isozaki e Pier Paolo Maggiora convidados a darem contributos à sua proposta, que ganhou um concurso internacional em 2004.

Localizada no centro da cidade e ocupando cerca de 3000 metros quadrados, a área em questão é uma ampliação do complexo que actualmente acolhe a Fiera Milano, onde se realizam as grandes feiras internacionais de design e mobiliário.

O complexo contempla zonas residenciais, comerciais, de serviços e de lazer, com destaque para um grande parque - será o "pulmão" de Milão - e para o Museu de Arte Contemporânea, ambos da autoria de Liebs- kind.

O arquitecto polaco encontra- -se ainda a projectar torres de escritórios e a primeira zona residencial do complexo.

Para Liebskind, a intervenção apresenta um desafio, que extravasa a mera composição de edifícios e espaços públicos: " Milão é o centro cultural de Itália, exibindo o melhor que a Itália tem para oferecer. É um lugar que acarreta os sonhos, aspirações e o orgulho de todos os milaneses. Nesse sentido, a intervenção tem de ser representativa da grandeza do design, mobiliário, moda e tecnologia italianas e não merece nada menos que uma intervenção urbana visionária, embora prática."

A tradução arquitectónica e urbanística deste pressuposto é, segundo o arquitecto, eficaz: "Apesar da magnitude do projecto, a estratégia da proposta é simples e directa: a proposta consiste numa série de arquipélagos colocados no futuro parque, cada um propondo uma variedade de diferentes escalas", conta o autor do projecto escolhido, que descreve assim as diferentes tipologias e escalas: "As unidades habitacionais que irão variar entrevillas e blocos de apartamento, serão cuidadosamente colocadas no perímetro da intervenção." Já o interior será ocupado com grandes áreas públicas, como o parque, praças e equipamentos colectivos.

A ligação à cidade será feita através de uma zona residencial, que por sua vez é contígua ao grande parque e a uma praça central.

Para a equipa de arquitectos liderada por Liebskind, a opção de colocar a habitação num anel da periferia e espaços verdes no centro permite que exista uma permeabilidade entre a parte antiga da cidade e o futuro "pulmão" ao nível de vistas, qualidade do ar e iluminação natural. Por outro lado, evoca a história urbanística de Milão, que teve o seu apogeu no século XIX, evidenciada nos blocos habitacionais com pátios intersticiais perceptíveis dos espaços públicos, a fazerem a transição entre os domínios públicos e privados de forma permeável e orgânica.

Libeskind dá ainda especial importância aos espaços e equipamentos públicos. O Museu de Arte Contemporânea, ainda numa fase inicial de projecto, irá dispor de espaços expositivos e auditório. Por outro lado, a grande praça central, já baptizada de "Piazza 3 Torri", será flanqueada por três incomuns edifícios, sinuosos e orgânicos , para utilizações comerciais e de serviços. Libeskind espera que sejam "icónicos" e resultem numa linha de horizonte escultórica, facilmente visível de longe.

Para sintetizar a sua proposta, Libeskind refere que o "projecto da Fiera Milano é excitante não só pela sua arquitectura e urbanismo, mas porque deliberadamente oferece visões estonteantes, experiências pedestres entusiasmantes, vistas maravilhosas e um balanço entre espaços comerciais, áreas de trabalho e novos ambientes habitacionais e de recreio".

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1329762&seccao=Arquitectura

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