domingo, 23 de agosto de 2009

Homenagem a Oscar Niemeyer - Centro Cultural Internacional Óscar Niemeyer

Niemeyer do mundo em festa

Oscar Niemeyer é o autor do projecto e a figura evocada e homenageada no Centro Cultural Internacional que está a ser construído em Avilés, nas Astúrias, para albergar uma fundação dedicada a manter viva e acessível a memória da sua obra e pensamento.

A iniciativa de projectar o edifício - embora com outra finalidade - partiu, aliás, do próprio arquitecto brasileiro, que completou 102 anos. Vencedor, em 1989, do Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, Niemeyer foi posteriormente convidado para as comemorações do 25.º aniversário deste galardão. Em sinal de agradecimento, decidiu presentear a Fundação com o projecto de um edifício, que mais tarde, tomaria a forma do Centro Cultural Internacional Óscar Niemeyer, por vontade do governo de Espanha e do Principado das Astúrias.

Sobranceiro ao porto da cidade, o Centro Niemeyer localiza-se numa ilha artificial, a "Isla de la Inovación", criada para o acolher e, posteriormente, a outras actividades criativas no âmbito das artes e da ciência.

O Centro irá dispor de um auditório com capacidade para mil espectadores, um espaço de exposição de cerca de 4000 metros quadrados, uma Torre Miradouro sobre a ria e a cidade e um edifício polivalente que albergará um cinema, salas de ensaio, de reuniões e de conferências. No exterior, "uma praça aberta, em que se programarão actividades culturais e lúdicas de forma contínua, e que pretende ser o elo de união entre o Centro e a cidade", refere a Fundação.

Conceptualmente, o conjunto é puro Niemeyer: dominam as formas curvas e as linhas sinuosas que caracterizam praticamente toda a obra do arquitecto brasileiro, que assinou com Le Corbusier o edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque, e dos principais edifícios de Brasília. Como referiu no início do seu largo e vasto caminho pela Arquitectura: "Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein."

Com uma linguagem mais próxima da escultura que da arquitectura, Niemeyer inventa e materializa objectos que criam relações entre si aparentemente casuísticas, mas que dão vida a um mundo fantástico e próprio, facilmente reconhecível, embora distinto, independente, do mundo quotodiano que habitamos.

O Centro Niemeyer será, também, um complexo cultural que pretende ter um alcance internacional, como "pólo de conhecimento e criação artística", além de contribuir para a "regeneração económica e urbanística de uma área em pleno processo de transformação cultural como é a ria de Avilés", prevê a Fundação Príncipe das Astúrias. Toda a zona ribeirinha da cidade está a ser alvo de um profundo processo de requalificação ambiental e urbana, após mais de cem anos de ocupação por actividades da indústria pesada.

No seu primeiro edifício em terras de Espanha, mais uma vez, Niemeyer recorre ao betão maciço e à cor branca, com apontamentos de cores quentes, como vermelho e amarelo, que enfatizam um mundo em festa, presente e homenagem do arquitecto ao país europeu que melhor o soube acolher.


Em: http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1342789&seccao=Arquitectura

Por: Cláudia Melo

1 comentário:

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