domingo, 14 de fevereiro de 2010

O verdão de Cuibá - Mato Grosso - Brasil




Para a cidade-sede do campeonato do Mundo de Futebol a realizar no Brasil em 2014, Cuiabá, capital do Mato Grosso, está prevista a construção do Cuiabá Arena, ou, conforme lhe preferem chamar carinhosamente os brasileiros, o Verdão. Esta denominação está relacionada com a sua localização, no bairro do Verdão, mas também alude aos três grandes ecossistemas que rodeiam a cidade - Amazonas, Pantanal e Cerrado. Mas também remete para a intenção dos seus autores, o colectivo de arquitectos liderado por Sérgio Coelho, Adriana Oliveira e Maurício Reverendo, que coordenam o atelier GCP arquitectos, de ser um estádio emblemático do ponto de vista do consumo energético. Pretende ser um estádio "verde" e almejar a mais alta distinção nesta área, a certificação LEED.

Com uma área bruta de construção de cerca de 300 mil metros quadrados organizados em cinco pisos, o Verdão será um equipamento multiusos que procura responder não apenas aos rigorosos requisitos da FIFA para estádio - sede do campeonato do Mundo de Futebol - mas também servir como pólo de desenvolvimento da região. Para além do estádio, terá valências ao nível da cultura, educação e lazer, como centro de convenções, palco para shows e feiras, cinemas, restaurantes, hotéis, estacionamentos, lagos, bosque, pista para caminhada, e todo o equipamento foi pen- sado para a sua utilização durante e após o Campeonato do Mundo. Assim, durante o evento, apresenta-se com capacidade para 42 263 espectadores, findo o qual poderá ser desmontado, e lotação reduzida para 27 000 espectadores. O edifício é flexível e parcialmente desmontável, recorrendo a uma estrutura de betão armado na parte permanente e outra metálica modular na parte móvel, que permite que algumas arquibancadas e respectivas coberturas sejam desmontadas e colocadas noutros locais.

As fachadas exteriores serão em pórticos verticais metálicos ancorados aos pilares pré-moldados, revestidos em membrana impermeável de PVC. Para proteger da forte radiação solar do sul e permitir ventilação cruzada ao imóvel, serão utilizadas sombreadores tipo "brises soliel" em madeira, que os arquitectos fazem questão que seja certificada, i.e., madeira que resulta de um plano de florestação e não do abate indiscriminado de árvores.

A nova Arena terá sistema de reutilização de água, tanto de chuva como de esgoto cinza, devidamente tratadas via ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). A água reciclada será utilizada para descarga de bacias sanitárias, abastecimento do sistema de ar-condicionado (à base de tubagens de água ) e irrigação do relvado do campo de futebol , este último com um consumo diário de aproximadamente 40 m3. Ainda, todas as instalações hidráulicas, eléctricas e de ar condicionado da nova Arena atenderão os mais rigorosos preceitos ambientais e de eficiência energética e este conjunto de soluções irá possibilitar almejar o LEED. Verde, simples e funcional. Assim é o Verdão.
Por: Claudia Melo
Em: dn.sapo.pt

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Jean Nouvel na Imagina 2010 - Feira dedicada á tecnologia 3D

O arquitecto francês Jean Nouvel, vencedor do prémio Pritzker em 2008, participou na Imagina 2010, uma importante feira europeia dedicada à tecnologia 3D, que decorreu recentemente em Monte Carlo. Nesse evento, Nouvel, autor de mais de duzentos projectos espalhados por todo o mundo, deu uma palestra sobre a utilização do computador e das tecnologias 3D no seu trabalho.

JEAN NOUVEL – O computador alterou completamente o trabalho do arquitecto, porque agora pode-se simular tudo, pode-se desenhar mais rapidamente, pode-se decompor um edifício em partes separadas. Pode-se verificar todas as combinações, e daí haver novas e extraordinárias possibilidades para a concepção e para a realização.

CLAUDIO ROCCO – O senhor disse que as imagens são mentiras. Com as novas tecnologias mente-se menos?

J N – Com as novas tecnologias pode-se mentir na mesma e talvez melhor. É aí que reside o problema ético. Mas também é verdade que essa mentira sempre existiu: eu falava das perspectivas ditas “de promoção”, com um grande ângulo em que as divisões aparecem três vezes maiores, com carros de luxo em primeiro plano, as árvores e tudo o que quisermos. Deixou-se de ver o que é a arquitectura, e só se vêem sinais de luxo, que estão à venda ao mesmo tempo. Esta mentira existe sempre, mas com o computador se existir uma ética, pode-se representar as coisas de forma muito, muito fiável. Assim, seria bom estabelecer um certo número de regras, uma espécie de código ético que permita assegurar que o que se vê é verdadeiro.

CR – Acha que algumas das suas obras não poderiam ter sido realizadas sem o computador?

JN – Isso é absolutamente verdade, ou seja, em primeiro lugar não teria as ideias que tive, porque o computador abriu-me a mente. Por exemplo, eu trabalho muito com a luz e existem coisas que nunca poderia ter imaginado sem o computador.
Em segundo lugar existem coisas que nem sequer poderia realizar: actualmente, por exemplo, estamos a trabalhar na abóbada do Louvre Abu Dhabi, que é uma espécie de poço de luz organizado através das abóbadas perfuradas, e onde as manchas de luz desaparecem e se juntam.
Se quisesse simular e trabalhar isso há dez anos teriam sido necessários dois ou três séculos, o que é demasiado para mim. Com o computador pude fazê-lo.

CR – Chegamos à relação com o passado.
Em algumas das suas obras, por exemplo, na Ópera de Lyon, integrou estruturas antigas em estruturas modernas. Qual é a relação do arquitecto com o passado? Como se integra o moderno no antigo?

JN – Creio que devemos servir-nos sempre da história e dos precedentes. O que falta frequentemente na arquitectura contemporânea é esse elo com a história e com a geografia.
Eu digo que é sempre necessário estabelecer uma relação com o precedente e reutilizar mais frequentemente essa matéria. Efectivamente, na História muitas obras-primas foram feitas ao longo de séculos por sedimentação.

CR – As cidades de hoje! Acha que as cidades de hoje continuarão a existir dentro de cinquenta ou cem anos? Como vê, como imagina a cidade do futuro?

JN – É preciso ter em consideração que o futuro não são cidades novas. As cidades estão sempre em mutação. O que é importante actualmente é ver quais são os factores dessa mutação. No séc.XX acumularam-se rapidamente muitos bairros novos, muitos edifícios novos que não estão em interferência, estão simplesmente acrescentados.
A cidade é muito estereotipada, por isso é necessário que as cidades se movimentem em torno de si próprias. É esse movimento que lhes vai dar uma complexidade e, espero, mais humanidade e mais profundidade. O futuro das cidades já lá está em cerca de cinquenta por cento.
Uma das coisas extraordinárias em “Blade Runner”, o filme de Ridley Scott, é que se via bem que o futuro estava sempre em conflito ou em relação, ou em sobreposição com a matéria existente, com os edifícios do século passado. É essa relação entre o futuro e o passado que criou a cidade.

Copyright © 2010 euronews

Texturas de Valsassina


A Câmara Municipal de Tomar, numa parceria com o Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos, inaugurou no dia 9 de Fevereiro às 18H00, na Casa dos Cubos, a exposição de Arquitectura de Frederico Valsassina Heitor.


“Texturas” é o tema da exposição do arquitecto que recebeu o Prémio Valmor 2004, com o projecto Art’s Business Center, no Parque das Nações. Até dia 25 de Fevereiro podem ser vistas 19 maquetes de projectos de Frederico Valsassina. “Luz e sombra, transparências e opacidades, formam um movimento incessante de cheios e vazios e potenciam assim a leitura de múltiplas fachadas, numa atitude nítida de abstracção que ultrapassa a caracterização do edifício em si e se estende ao tecido da cidade.”


Frederico Valsassina nasceu em Lisboa em 1955. Licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em Julho de 1979, formou o seu atelier em 1986. A sua obra está representada nos vários campos da Arquitectura e marca presença no panorama nacional e internacional. Trabalha actualmente em associação com outros arquitectos, portugueses e estrangeiros.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The Villa - Libeskind Signature Series

Segundo Libeskind, esta nova série de habitações projectadas por ele, nascem como uma pérola nasce de uma roca definindo espaços interiores completamente novos na temática da habitação.
Segue assim a sua inssessante busca pela contemporaneadade desenhando espaços inovadores com altos padrões de design, sustentabilidade e técnologia.
O que se verifica neste projecto assim como em outros de libesking não colocando em causa a sua grande originalidade na execução dos seus projectos e como os resolve em termos programaticos, é que se preocupa demasiado com o "envelope". Aquilo que é observado de fora pelo espectador.
Neste sentido esta preocupação por vezes implica um deteoramento no desenho dos interiores o que dificilmente acontece com libeskind.
Realizada através de processos de pré fabricação, libeskind projecta esta casa com mestria, revelando preocupações tanto ao nível exterior como interior, adequando as suas opções consoante as necessidades de luz e conforto para a habitação.

Construção completada em 2009
Site: www.daniel-libeskind.com