domingo, 30 de agosto de 2009

Terra, vinhas e casas - Um projecto bem português

Terra, vinhas e casas

Promontório Arquitectos, João Luis Carrilho da Graça, João Paulo dos Santos e João Ferreira Nunes são alguns dos nomes que assinam projectos de arquitectura e paisagismo para um aldeamento de características vinícolas que vai nascer em Montemor- -o-Novo, no Alentejo.

O conceito do conjunto, designado L'AND VINEYARDS, é o de criar habitações e espaços verdes qualificados "para quem pretende usufruir da vivência do mundo rural, com o máximo de sofisticação" com uma "uma arquitectura marcadamente contemporânea do concilia a tradição cultural mediterrânica com a sofisticação sustentável", defende o promotor. Os lotes variam de cerca de 2000 metros quadrados até perto de 15 000 e as casas de 300 a 600 metros quadrados de área bruta de construção.

O suíço Peter Markli e o atelier Segison Bates Architects , do Reino Unido, fecham o colectivo de arquitectos, que assina cinco núcleos habitacionais cada. Distintos e personalizados, os núcleos têm em comum o facto de respeitarem "a morfologia e topografia do terreno, as casas moldarem-se ao seu meio envolvente, permitindo um relacionamento aberto e privilegiado com o ambiente rural".

O núcleo de Carrilho da Graça compõe-se de oito lotes e, conforme o arquitecto, descreve, : "Longilíneas e horizontais, as casas organizam-se num movimento radial em torno de um eixo, estabelecendo elas próprias os limites de cada lote, conformando grandes pátios/jardins e espaços de lazer privados. Esta organização garante a privacidade e enfatiza a relação visual com o território envolvente. À horizontalidade que evoca a arquitectura da região, contrapõe-se a verticalidade das torres que se erguem nas extremidades e conquistam a vista sobre a cidade e castelo."

Para o atelier Promontório, "a artificialidade é uma das características evidentes das implantações regionais alentejanas. A proposta refere este tema na implantação do núcleo. As casas acompanham as cotas, mas usam o terreno como suporte para a criação de um basamento onde assenta a casa. Cada unidade tem uma sala ampla que funciona como elemento central e organizador da tipologia.

À volta da sala, desenvolvem-se vários pátios, criando diferentes mundos de privacidade, numa relação franca com a paisagem". O colectivo de arquitectos projecta em oito lotes e é ainda o responsável pelos núcleos de serviços e equipamentos e os apartamentos do aldeamento.

Já José Paulo dos Santos " trabalha o ritmo, a proporção, a luz, os enquadramentos, o significado de cada material na caracterização dos espaços e volumes, intimamente relacionados com o contexto. Sem ostentação, mas com grande rigor (…). O património e o tempo constituem o principal ponto de partida das suas obras que, num equilíbrio de continuidade temporal,surgem como se desde sempre o conjunto fizesse sentido", conta o arquitecto portuense.

A rematar o conjunto, e tão importantes como os espaços construídos, os arranjos exteriores, da autoria de João Ferreira Nunes, são caracterizados da seguinte forma: "Abrangendo quer o espaço colectivo, quer as envolventes privadas de cada núcleo habitacional, o desenho paisagístico imprime áreas de vinha, olival, laranjal, pomar e montado, num modelo de gestão global que garante a manutenção do coberto vegetal espontâneo e natural do território".


Por: Cláudia Melo

Em: http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1348090&seccao=Arquitectura




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