segunda-feira, 2 de março de 2009

Eficiência energética - Estaremos no bom caminho?

Face à recente dependência de um certificado energético para a realização de uma qualquer escritura de uma casa ou imóvel, bem como para a obtenção de uma licença de utilização, o que acho bem, inscrevi-me num curso certificado pela ADENE ao que corresponderia ao 1º módulo para a obtenção das habilitações necessárias de modo a poder ser perito qualificado.

Qual não é o meu espanto de para além de se tratar de um módulo onde são aprendidos os conceitos básicos do domínio do regulamento e respectivos cálculos, ensinarem sem qualquer tipo de problema a arquitectos e engenheiros que se pode corrigir os resultados do regulamento apenas e observem bem ao que chegámos, colocar aparelhos de ar condicionado desde que sejam Classe A.

De facto o regulamento permite ainda isto e muito mais, pela diminuição das próprias necessidades de aquecimento e arrefecimento do edifício em causa que se torna assim e ridiculamente substituido por aparelhos ditos eficientes.

O mais preocupante é que constato de que não era só ensinado onde estive mas em quase todos os cursos ministrados em que obtive os mesmos comentários por parte de alguns colegas.

Fiquei bastante espantado, não querendo acreditar como se pode subverter um regulamento em que a base é e acho que sempre será a obtenção da eficiência energética pelos meios construtivos e não pela adição de aparelhos.

As necessidades de arrefecimento e de aquecimento deverão ser conseguidas sobretudo pela própria concepção do projecto atendendo ao local e características geográficas do lugar, pela correcta exposição solar e sua orientação ao longo do ano bem como pela aplicação correcta dos materiais de modo a potenciar a sua inércia térmica e propriedades de isolamento.

E a isto tal como outros arquitectos o fazem com mestria e saber, chama-se a mínima noção de projecto em arquitectura e conhecimentos básicos de bio climática.

Depois de esgotadas as hipóteses de favorecimento natural e de estratégias passivas aí sim começamos a pensar na aplicação de aparelhos recorrendo a energias renováveis para compensações.

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