quinta-feira, 29 de abril de 2010

Oportunidade de exposição de casos sobre projectos de arquitectura na fase de licenciamento

O Conselho Directivo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos (CDRS-OA) deliberou organizar uma sessão dedicada ao tema da Apreciação de Projectos de Arquitectura.

O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, que regula esta matéria, foi recentemente alterado pelo Decreto-Lei 26/2010 de 30 de Março, mantendo, no entanto, o articulado relativamente à apreciação dos projectos de arquitectura.

Trata-se de uma matéria que frequentemente é debatida entre os arquitectos, seja pelos que fazem a apreciação de projectos, seja pelos que os submetem a licenciamento.

A morosidade dos processos, com os inerentes prejuízos (para a sociedade, a economia e o crédito profissional), deve-se muitas vezes a esta fase do licenciamento. Será que os arquitectos que trabalham nos municípios são muito zelosos? Será que os arquitectos que submetem os projectos a licenciamento desconhecem as normas aplicáveis? Será que os pareceres são suficientemente claros? Numa época em que tanto se fala de responsabilidade, haverá necessidade de apreciar os projectos de arquitectura? Estas e muitas outras dúvidas justificam a realização desta jornada.

Pretende-se fazer uma sessão em que se enquadre técnica e juridicamente esta tarefa dos arquitectos e em que sejam apresentados casos de processos que possam ser exemplares para o debate.

O CDRS-OA convida os arquitectos a participarem nesta sessão e a apresentarem desde já casos que considerem exemplares para discussão.

Os documentos – breve descrição num máximo de 2 A4 de texto e 2 peças desenhadas - devem ser enviados até dia 15 de Junho para o mail RJUE@oasrs.org.

O CDRS–OA seleccionará os casos que considere serem mais elucidativos para o debate.

Participe. Dê-nos a conhecer casos paradigmáticos que ilustrem esta discussão.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Academia de Artes e Letras Americana distingue Siza Vieira


O arquitecto Álvaro Siza Vieira foi nomeado membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras, recebendo o título numa cerimónia que terá lugar a 19 de Maio, em Nova Iorque, declarou fonte do seu gabinete, acrescentando que o arquitecto deverá "estar presente" no evento.

Álvaro Siza Vieira e o japonês Fumihiko Maki foram os dois arquitectos escolhidos este ano pela academia de 112 anos como membros honorários na categoria de artistas estrangeiros, revelou a Associated Press.

A actriz Meryl Streep e o maestro James Levine estão entre os novos membros deste "clube de elite", que integra nomes como a escritora Toni Morrison e os rea- lizadores de cinema Woody Allen (que em 1979 dirigiu Meryl Streep no filme Manhattan) e Martin Scorsese, que foram, até agora, os únicos cineastas a figurar neste rol de distinção. Streep e Levine entram, ao contrário de Siza Vieira e Fumihiko Maki, para a categoria de artistas americanos, por razões óbvias, embora os quatro galardoados sejam nomeados para a categoria "genérica" de Artes.

A categoria de "membro honorário" da Academia Americana de Artes e Letras foi criada em 1983, para distinguir artistas americanos cujo trabalho adquire relevância para além dos campos tradicionais da música, literatura, e das artes plásticas, que a academia normalmente distingue. Já a categoria de "honorários estrangeiros" foi criada em 1929.

Meryl Streep, aquando do anúncio da sua entrada para a categoria honorária da Academia de Artes e Letras, admitiu sentir-se "estupefacta" face à distinção, declarando não pensar sequer que a deixassem "pôr um pé na cozinha".

Quanto a Álvaro Siza Vieira, recorde-se que já no ano passado o arquitecto foi distinguido com a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects, depois de ter recebido uma condecoração semelhante da mesma organização em 2008. Estes galardões juntam-se assim ao Prémio Pritzker, que Siza Vieira já tinha recebido em 1992 pelo projecto de renovação do Chiado.

Fumihiko Maki, outro dos galardoados da Academia Americana de Artes e Letras, recebeu o Pritzker em 1993, pelo "carácter intemporal" dos seus projectos. O arquitecto japonês desenhará, com o britânico Richard Rogers, os dois edifícios que serão erguidos no terreno do World Trade Center, em Nova Iorque.

Trienal de Arquitectura de Lisboa apresentada oficialmente

A segunda Trienal de Arquitectura de Lisboa, subordinada ao tema ‘falemos de casas’, inspirado no poema de Herberto Hélder com o mesmo nome, decorrerá entre os dias 14 de Outubro de 2010 e 16 de Janeiro de 2011 e foi apresentada esta terça-feira numa sessão que contou com a presença de António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, João Belo Rodeia, Presidente da Ordem dos Arquitectos, curador geral Delfim Sardo e José Mateus, director da Trienal.

Todos os conteúdos da iniciativa ficaram a cargo de Delfim Sardo, que procurou centrar a Trienal na casa e na habitação, relacionando-as com as especificidades locais de cada cidade e a globalização. Haverá dois concursos inseridos na programação da Trienal. O primeiro intitula-se ‘projecto Cova da Moura’ e consiste num desafio lançado às escolas de arquitectura e arquitectura paisagista, com o objectivo de compreender como a arquitectura pode contribuir para melhorar este bairro da Amadora, tendo em conta a complexa realidade social e cultural em que se insere.

O segundo concurso tem uma dimensão internacional e chama-se ‘A house in Luanda: Patio and Pavilion’. Consiste em desenvolver uma habitação unifamiliar nesta cidade que possui uma forte pressão demográfica. A grande contingência passa pelo facto de o projecto não poder ter um valor superior a 25 mil euros.

Também inseridas no âmbito da Trienal, estarão três exposições. A primeira terá lugar no Museu Colecção Berardo sob o nome do poema de Herberto Hélder: “Falemos de casas”; a segunda estará no Museu da Electricidade/ Fundação EDP e exibirá os resultados dos concursos; e a terceira terá lugar no Museu do Chiado, intitular-se-á ‘Falemos de casas: quando a arte fala de arquitectura’ e fará a ponte entre arte e arquitectura. De cada uma das exposições resultará um catálogo.

A 19 e 20 de Novembro haverá uma Conferência Internacional na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa que visa explicitar a relação entre arquitectura e democracia.

Outros projectos associaram-se à Trienal, como é o caso da exposição de António Bolote, ‘A última luz do dia’ ou ‘A cidade (não) existe’ de Pedro Machado Costa.

A Trienal representará Portugal na 12ª Bienal Internacional de arquitectura de Veneza, naquele que constitui um dos momentos mais importantes de divulgação internacional da arquitectura.

António Costa, relembrou o facto de a arquitectura nos 'perseguir', o que “coloca um problema político- a liberdade individual do criador. Por isso é importante alargar o debate público sobre a arquitectura. É fundamental a formação dos públicos”.

Após o sucesso alcançado pela primeira edição do evento, em 2007, a Trienal tem como missão promover a arquitectura, colocando-a no debate público e afirmando-a na procura da melhor qualidade de vida.

Segundo João Belo Rodeia, a Trienal é “um ambicioso projecto que envolve a sociedade civil e visa ultrapassar o âmbito da ordem dos arquitectos”. A sua programação dirige-se, portanto, para a população em geral e não para o público da área.

Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt