sábado, 27 de novembro de 2010

Sobre o concurso "A House in Luanda: Patio and Pavilion"

A trienal de arquitectura de Lisboa organizou entre vários concursos de arquitectura, um concurso dedicado á temática da Habitação, com custos reduzidos ao extremo com o objectivo de encontrar soluções inovadoras que ponham em evidência a concepção de casas economicamente ao alcance de todos.
O que se verificou, em minha opinião foi uma clara amostra a nível de linguagens conceptuais que o juri, Alvaro Siza Vieira, João Luis Carrilho da Graça, Fernando Mello Franco, Berry Bergdol e Ângela Mingas se deixou levar puramente pela estética e tipo de soluções apresentadas desvirtuando quanto a mim a principal questão que se coloca;
É possível executar uma casa em luanda, que construa cidade, desenvolva um sistema urbano sustentável, com capacidade evolutiva com uma tipologia para 7 a 9 utentes?, com 25000€?
Sim é possivel, mas não com os projectos que foram apresentados como vencedores, nem tão pouco com os materiais sugeridos.
O vencedor é um projecto de uma casa em madeira, não tendo nada contra a mdeira, não saberão os juris da mão de obra especializada que é necessária para a concepção de uma casa em madeira.
Existe em angola a cultura de manutenção da floresta que permita a construção de cidades em larga escala em bairros de madeira de modo a se tornar num sistema sustentado?
Uma casa em madeira de 100m2 com tendência a aumentar ou concebida segundo um sistema evolutivo para aumento de tipologia não se fica pelos 25000€, por favor, acho que qualquer arquitecto sabe disso, um medidor orçamentista por mais que deseje não consegue chegar o preço para este patamar.
Se estivermos a falar num sistema que, e como sugerido no próprio programa de concurso, deveria ter possibilidade de evoluir num sistema vertical, o projecto a ser seleccionado não poderia ser em madeira.
Aqui se verifica o ecletismo falso que se revestem alguns concursos em mostrar uma arquitectura sob um tema real mas que responde com falsidade desvirtuando o verdadeiro objectivo do papel da arquitectura que deve tomar na procura de soluções economicamente vantajosas uma posição de vanguarda respondendo com eficácia aos problemas que lhe são colocados.
Não tendo em mente o universo de projectos que concorreram nas mais diversas linguagens, os projectos não podem ser seleccionados apenas pelo valor estético ou funcional mas também pelo valor económico que se revestem as propostas.
Uma das exigências do concurso era precisamente a restrição do orçamento em 25000€ por habitação.
Assim dou os meus parabéns á trienal e aos seus mentores por se lembrarem de temas verdadeiramente importantes e contemporaneos, dando uma nota zero ao juri que quanto mim neste concurso falhou.

4 comentários:

  1. A casa não é em madeira.
    Quem não tem capacidade para entender um projecto não o deve comentar.

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  2. Como é que ainda existem atrazados mentais que querem ser arquitectos e nem um desenho sabem ler! isso é que eu pergunto? vamos ver se a censura faz o seu trabalho e não publica este comentário!!! A CASA NÃO É EM MADEIRA!!!

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  3. Agradeço os comentários, tendo pena da agressividade dos mesmos. Os meus parabéns para o projecto vencedor, sistema em taipal de pilão com recurso ou não á madeira. No projecto é mencionado "rienforced concrete" segunndo meu inglês, igual betão reforçado. Mas a questão não se trata apenas do seleccionado trata-se do todo, do que era pedido, do que era exigido enquanto programa de concurso em comparação com os seleccionados. Todas as propostas são exequiveis com 25000€?, continuo a reponder que não. Todos temos o direito de liberdade de opinião por isso agressivos ou não os comentários serão sempre publicados.

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  4. E como é que é possível o senhor anónimo, arquitecto, presumo, escrever atrasado mental com "z"? Gostaria que o senhor anónimo me explicasse como é que a família com 7 ou 9 elementos vai poder aumentar a dita construção se a mesma é em "reinforced concrete" e manter a mesma materialidade. Que me desculpem mas a solução vencedora teria de propor algo em alvenaria de tijolo. Algo que permitisse à própria família construir como estava previsto no programa do concurso. Infelizmente todos os concursos são uma "fantochada" cheia de jogadas de bastidores.

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